Massacres, Dor E História Em Palestina E Israel 06 11 2023 Mundo Folha
No Estado judeu, 438 mil palestinos viveriam sob soberania sionista entre 499 mil judeus. O historiador israelense Ilan Pappé documentou o processo de expulsão de centenas de milhares de palestinos de suas casas, que ocorreu na segunda metade da década de 1940. Simultaneamente, a Grã-Bretanha prometeu aos árabes, em troca do apoio na guerra contra os otomanos, o estabelecimento de um Estado árabe soberano nos territórios em que se falava a língua. Os britânicos, presos entre duas promessas contraditórias, não. Yusuf ibn Ayyub, conhecido como Saladino, líder da resistência árabe no século 12, guerreou, ganhou e perdeu batalhas, e negociou acordos para o reestabelecimento da autonomia da região, sendo misericordioso com os derrotados.métodos de pagamento n1bet
- O documentário israelense “The Gatekeepers”, de Dror Moreh, serve como introdução à devastação.
- Muçulmanos, judeus e cristãos conviviam havia séculos, compartilhando cidades.
- Sabemos o nome dos seus líderes, mas não os dos demais membros.
Após a Segunda Guerra Mundial, os aliados, vencedores, acolheram Alemanha e Itália, semeando a paz. Não foi fácil superar a dor e o ressentimento, mas em poucos anos havia o começo da União Europeia e dos benefícios da vida em comunhão. O recrudescimento do antissemitismo e as perseguições contra judeus, acirradas em toda a Europa no fim do século 19, foram preparando o terreno para o genocídio dos anos 1940.
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Para que isso possa se realizar, é essencial que Israel cesse as agressões à população civil palestina e tome medidas para pôr fim à ocupação. Existem demasiadas vítimas em Gaza, em Israel e na Cisjordânia. O documentário israelense “The Gatekeepers”, de Dror Moreh, serve como introdução à devastação. São entrevistados ex-oficiais do Shin Bet, o serviço de segurança de Israel (semelhante à CIA). Sabemos o nome dos seus líderes, mas não os dos demais membros. O ataque do Hamas contra civis israelenses e a reação de Israel bombardeando Gaza são os desdobramentos mais recentes de uma tragédia iniciada há mais de um século.
São fifty six anos de territórios ocupados, com estradas segregadas, restrições à mobilidade e à vida, com cidades sitiadas, muros e arames farpados. Após a vitória na guerra, os ingleses, que contaram com o apoio dos árabes, esqueceram o acordo com a população native. Em 1993, acusado de estar celebrando com os israelenses, em Oslo, um tratado que concedia pouco aos palestinos e o instalava na posição de cão de guarda de Israel, o líder Yasser Arafat insistia que ele não celebraria qualquer paz, mas “a paz de Saladino”. Após a vitória de 1973, a primeira-ministra de Israel, Golda Meir, do partido Trabalhista, de esquerda, estava mais consumida por problemas locais do que atenta a resolver os dilemas da ocupação e do povo cerceado. As tentativas de acordo entre os líderes do Shin Bet e os palestinos foram ignoradas. Segundo o plano de partilha das Nações Unidas apresentado em novembro de 1947, 818 mil palestinos hospedariam 10 mil judeus no Estado árabe.
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Os territórios ocupados por judeus europeus, contudo, não estavam vazios. Em 1920, os árabes representavam 80% da população da Palestina, com perto de 10% cristã. Pelo censo de 1931, com a intensa migração na década anterior, os judeus passaram a ser 16,9% dos habitantes da região.
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A perseguição aos judeus acelerou a migração para a Palestina, que introduziu um regime de propriedade de terras alheio à região. Mesmo assim, passaram-se mais de três décadas de imigração sionista até que se vissem os primeiros registros de preocupação das lideranças palestinas, que só ocorreram na década de 1910. A vitória árabe sobre os bizantinos, no século 7, foi saudada por cristãos, judeus e samaritanos da região. Árabes e judeus lutaram juntos contra as cruzadas cristãs nos séculos 12 e 13.
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A Palestina da época period habitada principalmente por árabes e havia sido dominada pelo Império Otomano durante quatro séculos. Havia discriminação, mas havia relativa paz entre os principais grupos. Muçulmanos, judeus e cristãos conviviam havia séculos, compartilhando cidades. Esse ano inaugura uma realidade em que os palestinos vivem em “territórios ocupados”, uma realidade dramática que muitos na Europa e nas Américas não parecem compreender.